sábado, 17 de novembro de 2012

Enrolando a Língua: Você me deixa explicar?




Antigamente, nossos queridos poetas e muitos autores escreviam de maneira magnífica e hoje considerada clássica. Sendo assim, podemos dizer que foram deixadas em nosso português, tanto na fala como na escrita, heranças significativas para o nosso uso no dia a dia.

Hoje iremos falar da próclise, um pronome muito conhecido e utilizado na maioria das vezes sem sabermos o porquê e se está certo ou não o seu uso. Segundo o dicionário - pai dos burros -, a definição para próclise é:

"Próclise: pró.cli.se sf (latcientproclisis) pronome oblíquo átono antes do verbo. Ex: Eu lhe pedi coragem. "

O uso do pronome antes do verbo deve ser usado corretamente em comunicados formais, seja dentro das organizações nos avisos e escritos informativos, fora dela como em textos jornalísticos e também quando escrevemos em mídias sociais ou quando construímos uma fala em um diálogo. Ela é essencial para que nosso receptor perceba o sentido e receba a mensagem que queremos passar. Temos que enxergar os pronomes como nossos “amigos”, que nos auxiliam em nossa fala e escrita.

Seguem exemplos do uso da próclise:
- Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo algum.
Ex: Nada me perturba; Ninguém se mexeu; De modo algum me afastarei daqui; Ela nem se importou com meus problemas;
- Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que.
Ex: Quando se trata de comida, ele é um “expert”; É necessário que a deixe na escola;Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros;
- Advérbios.
Ex: Aqui se tem paz; Sempre me dediquei aos estudos; Talvez o veja na escola; OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pronome. Ex: Aqui, trabalha-se.
- Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
Ex: Alguém me ligou? (indefinido); A pessoa que me  ligou era minha amiga. (relativo); Isso me traz muita felicidade (demonstrativo);
- Em frases interrogativas. Ex: Quanto me cobrará pela tradução?;
- Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). Ex: Deus o abençoe!; Macacos me mordam!; Deus te abençoe, meu filho!;
- Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM. Ex: Em se plantando tudo dá; Em se tratando de beleza, ele é campeão;
- Com formas verbais proparoxítonas. Ex: Nós o censurávamos.

Fontes:


sábado, 10 de novembro de 2012

Por dentro do Boteco: Motivação - Campanha Kraft Foods Brasil



No mundo corporativo, as mudanças ocorrem em um ritmo alucinante. Atualmente, a valorização do capital humano é essencial para manter as corporações mais competitivas, e o engajamento dos colaboradores é uma parte muito estratégica desse processo e por isso campanhas são cada vez mais associadas à comunicação interna. Em linguagem de dia de semana: garçon engajado leva a cerveja mais rápido e ela chega geladinha na boca do cliente, que nem pensa em ir no boteco ao lado.

Agora papo sério pra estudar um case de motivação dos funcionários...

Em 2008, a Kraft Foods, multinacional do ramo de alimentos, se percebeu num momento complicado em seu relacionamento com o público interno. A troca de presidente três vezes em um ano, entre outras mudanças, desmotivou os funcionários e os afastaram da liderança e dos objetivos da empresa.

A Comunicação da Kraft sentiu a necessidade de desenvolver um planejamento que engajasse o público interno, que os guiassem para os objetivos de negócio da empresa. O plano de ações criado considerou como estratégia central a participação ativa das pessoas. Para isso, foi desenvolvida uma campanha de quatro fases – Inspiração, Participação, Evento e Concurso.

Na fase Inspiração, para disseminar os valores e estratégias corporativas da empresa, a campanha iniciou-se com a divulgação de vídeos que contavam histórias dos próprios funcionários da Kraft – um dos depoimentos da série foi do presidente da companhia.
Em seguida, na Participação, foi lançado um hotsite que explicava o conceito da campanha “Tô no jogo”. O portal se dividia entre jogos e mensagens corporativas importantes que deveriam ser incorporadas pelos colaboradores. O hotsite inaugurou um novo momento na companhia ao se tornar um canal aberto a perguntas dos empregados, que eram respondidas rapidamente pela diretoria.

A fase seguinte foi um evento realizado em um ginásio que reuniu todos os funcionários da Kraft para comemorar os bons resultados da empresa e a nova fase na comunicação interna na qual ela entrava. Para finalizar, houve o concurso de histórias e reconhecimento.

Buscando uma comunicação diferenciada para garantir uma mudança radical de cenário de motivação, a campanha foi vencedora do Prêmio Aberje 2009, na categoria Comunicação e Relacionamento com o Público Interno.

Referências:
http://comunicacaocomfuncionario.blogspot.com/2009/

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Puxa uma cadeira: Entrevista com Raquel Cambauva Leite


No post de hoje, batemos um papo com Raquel Cambauva Leite, graduada em Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero em 2009. Atualmente, Raquel é Analista Pleno de Comunicação do Instituto Votorantim e, em sua entrevista, dá uma porção de dicas para o pessoal que está iniciando sua vida profissional. Confira:



Qual a principal diferença entre a sua atuação profissional antes e depois de formado?
A diferença é bem simples: antes da formação seria muito mais difícil desempenhar funções de comunicação do que após a aquisição do conhecimento que a academia te proporciona. Outro ponto importante é a experiência, o estágio, que precisa andar lado a lado da formação. Na minha opinião, existe uma grande diferença entre os que partem para o mercado para colocar em prática todo este conhecimento e os que não o fazem.

Como era a sua postura como estagiário? E agora, como efetivo?
Sempre fui muito comprometida e responsável. É claro que com o passar do tempo você vai amadurecendo, colhendo aprendizados e sua postura no trabalho vai mudando, porém, sempre tive a consciência de que minha postura como estagiária é que me levaria a ser uma efetiva, portanto, nunca fiz essa diferenciação, sempre trabalhei pra valer.

Você se sentia preparado quando assumiu um cargo de maior responsabilidade?
Sim, me sentia bem preparada. Durante a faculdade fiz quatro estágios, dois em agências de comunicação, uma bem focada em assessoria de imprensa, estagiei em instituição do poder público e depois fui trabalhar com comunicação empresarial, em uma indústria de grande porte. Além disso, fizemos um projeto experimental para uma empresa de consumo, com uma área de marketing muito forte. Foi uma experiência bem diversa e que me deu muita segurança para assumir qualquer desafio.

Conte como suas experiências durante a faculdade ajudaram a te tornar um bom profissional.
A faculdade é um ambiente de teste e aperfeiçoamento, em todos os sentidos. Você pode testar suas habilidades pessoais, de trabalho em equipe, de lidar com pressão e prazos, de liderança, e também suas habilidades técnicas, de fazer um bom plano de comunicação, de ter ideias criativas, etc. No mercado de trabalho já não é possível testar nada, é tudo de verdade e tem que dar certo. Esse é o melhor ganho que a faculdade pode trazer para qualquer profissional, o de fazer, errar, aperfeiçoar e fazer tudo novamente, e, assim, aprender.


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Comunicação Interna: "bem fazer bem"!


Você sabe o que Comunicação Interna? Ela é o meio pelo qual podemos disseminar as ações e os valores de uma empresa. É com ela que as grandes empresas valorizam seus funcionários, por meio da informação e transparência que essa prática traz para a empresa. A partir daí, podemos entender que a CI é algo muito importante, senão fundamental nas empresas de hoje e sempre!
Como primeiro exemplo, a Natura. Ela é referência quando falamos de cosméticos no Brasil, porém se falarmos de Comunicação Interna, descobrimos que a Natura também é muito lembrada.
Não sabia? Acompanhe as próximas linhas e descubra como a Natura e outras empresas, podem ser um exemplo de comunicação interna de sucesso.
            Hoje em dia, a Comunicação Interna da Natura está sob o guarda-chuva de Recursos Humanos, porém mesmo com essa condição o departamento de CI participa de todas as decisões estratégicas da empresa e procura incutir nos funcionários a sua ideologia. Desde a criação, a Natura é uma empresa ligada ao conceito sustentável. Por isso, o departamento de comunicação da empresa tem como desafio diário imprimir em toda sua comunicação – desde a mais simples como um e-mail até a mais complexa, um artigo assinado pelo presidente – o valor central da instituição: a responsabilidade socioambiental.
            A Natura já ganhou diversos prêmios na área de Comunicação de instituições reconhecidas e respeitadas na área como a Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), Prêmio Comunicação – da ABP (Associação Brasileira de Propaganda), o prêmio Lápis de Oro – na Argentina e o prêmio Comunique-se. Todos esses prêmios deram a Natura um grande destaque na forma e na maneira com que a empresa lida com a CI.
            Outra empresa que se destaca por suas habilidades em conduzir a Comunicação Interna é a Unilever.
            Todos, de uma forma ou de outra, conhecem e admiram essa empresa. Ela está presente na maioria dos produtos que utilizamos, como maquiagens, cremes hidratantes, perfumes e etc. E por que será que ela chegou a esse nível de presença e atuação no mercado? Claro, não foi apenas por sua ótima gestão de Comunicação Interna, mas, pelo fato de o departamento de Comunicação também estar presente nas decisões estratégicas da empresa, assim como a Natura.
Percebe como a comunicação pode ser um meio bastante eficiente e promissor? É...a comunicação pode não ser peça chave em uma empresa, é bem verdade, mas...pode ser peça fundamental para tocar o barco para frente, até atingir o sucesso, além de ajudar a mantê-lo com eficiência e verdade.
Quer saber mais sobre a Natura e a Unilever? Para conhecer um pouco mais das empresas e como cada uma gere sua comunicação interna, acesse os links abaixo.

sábado, 27 de outubro de 2012

Vai uma Política de Comunicação Interna aí?


Dentre as diversas opções do cardápio da casa, hoje degustaremos e aprenderemos sobre a importância da aplicação de uma política de comunicação interna, cujo significado pode ser definido como uma ferramenta estratégica para compatibilização dos interesses dos empregados e da empresa, por meio do estímulo ao diálogo, à troca de informações e de experiências e à participação de todos os níveis.
Para sobreviver ao mundo corporativo, é fundamental estabelecer normas de comunicação, evidenciando a importância de se comunicar com uma linguagem clara, comum, objetiva e acessível a todos. Esses critérios possibilitam reduzir a incerteza e alienação dos funcionários, desenvolvendo-os e motivando-os, a fim de conquistar um propósito comum.
Confira abaixo alguns dos principais objetivos da política de comunicação interna:

• Atenuar os conflitos e estimular o diálogo e a troca de informações;
• Criar e manter espaços abertos às ideias, críticas e sugestões em todos os níveis, dentro do espírito de que a informação é um direito e um dever de todos;
• Consolidar a identidade e valores da empresa;
• Mobilizar, motivar e integrar o colaborador por meio da criação de um clima que favoreça o bem-estar de todos;
• Estabelecer uma linguagem única a fim de reduzir ao mínimo, o ruído da comunicação.

As premissas apresentadas relacionam-se com a simetria de duas mãos de Grunig, cujo objetivo é alcançar a compreensão mútua entre os interesses da organização e de seus públicos.
Cada funcionário participa da construção da imagem e reputação da sua própria empresa. Por isso, é de extrema importância guiá-lo com uma política de comunicação adequada e coerente com a cultura organizacional, proporcionando benefícios mútuos e consequentemente, garantindo o sucesso da empresa.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Oi??



              Uma campanha de comunicação interna pode ser direcionada a diversos públicos de uma empresa. Assim como em um mundo corporativo, no boteco também temos pessoas responsáveis pelo departamento de comunicação. Vamos imaginar que o garçom seja um comunicador da empresa e ele tem o desafio junto com outras áreas específicas (no caso outros garçons, o cozinheiro, etc..) de em uma mesma campanha interna (que será a comunicação dentro do boteco) atingir o seu público alvo: os clientes que estão freqüentando o bar, seu público interno. O desafio que ele irá encontrar no decorrer da noite é fazer com que cada um entenda a mensagem-chave por trás dessa ferramenta que a campanha de comunicação interna é.

              Temos que lembrar que, para resolver este problema muitas vezes a solução não vem só dos responsáveis pela comunicação e, sim, de cada um que faz parte da empresa. Hoje, as pessoas têm muita dificuldade em escutar uns aos outros e acham que o erro ou a falta de compreensão parte do outro e não dele mesmo.

            Nem tudo o que transmitimos é recebido da maneira proposta. É ai que entram os famosos gaps da comunicação dentro das organizações. Os ruídos ocorrem quando não analisamos todas as interpretações possíveis do que estamos transmitindo, portanto, nosso “produto final” não é captado. O garçom desatento, com pouca memória e sem motivação torna o ambiente uma difícil comunicação. O cliente não consegue receber a mensagem-chave (que seria consumir) uma vez que o garçom não consegue transmitir sua intenção (servir).

            Sendo assim, dentro de uma organização, se faz necessário aplicar pequenas pesquisas direcionadas a todos da empresa, além de ouvir reclamações e sugestões que são um bom passo para receber um feedback e reeducar cada um nesta questão. No caso em questão um treinamento que envolva a motivação é uma solução viável. Os veículos para comunicação interna são ferramentas para ajudar a disseminar nossas ideias, e quebrar barreiras entre os colaboradores.

sábado, 20 de outubro de 2012

Bebo porque é líquido. Se fosse sólido, comê-lo-ia




Eternizada nos dizeres de Jânio Quadros, mesóclise cai em ostracismo


Derp, o intelectual de botequim

Pouco habitual na língua falada, a colocação pronominal mesoclítica vem gradativamente perdendo seu espaço também linguagem escrita. Num quiproquó do tipo quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?,a dúvida leva ao desuso, e o desuso leva à dúvida.


Mesóclise é a colocação em que o pronome oblíquo átono é intercalado dentro do verbo. Eis que, no quesito eufonia, nem sempre ela desce redondo: dos ouvidos lusófonos, o brasileiro é provavelmente aquele a quem a mesóclise soa pior. Por esse motivo, optamos por usá-la cada vez menos em nosso cotidiano e em consequência, sabemos cada vez menos como e quando empregá-la. 

A regra é bastante simples: ocorre somente no futuro do presente e futuro do pretérito do modo indicativo, quando não há fatores de próclise. O fenômeno é também conhecido como tmese, que consiste na separação de dois elementos de uma palavra, pela intercalação de uma ou várias outras palavras.

Ainda que pequeno, a mesóclise tem seu espaço na sociedade. Em construções que requerem rigor formal, seu uso, além de adequado à norma culta, confere rebuscamento ao discurso. É por isso que, especialmente em artigos acadêmicos e redação jurídica, o uso de mesóclise pode, sim, ser considerado uma prática saudável. 

Por outro lado, fora de contexto, é purismo desnecessário e mal visto. Com um quê de firula arcaica, a mesóclise é capaz tornar de pedante um texto ou fala. Portanto, para o cidadão comum que deseja apenas se comunicar da maneira mais clara possível, aconselha-se evitar. A saída é reformular a frase para que caiba próclise:

Dar-te-ia um presente = Eu te daria um presente.

O poema de Oswald de Andrade, abaixo, explica bem:

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro